HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB)
Hiperplasia prostática benigna (HPB) ou hipertrofia benigna da próstata.
Próstata é uma pequena glândula localizada abaixo da bexiga, que circunda a parte inicial da uretra, canal que leva a urina da bexiga para pênis, faz parte do sistema reprodutor masculino, é responsável pela secreção de um fluído alcalino que protege os espermatozoides do ambiente ácido da vagina e aumenta sua mobilidade, facilitando a chegada dos mesmos ao óvulo.
Seu crescimento é normal à medida que o homem envelhece em média 50% dos homens com mais de 60 anos tem a próstata aumentada, podendo chegar a 80% em homens entre 70 a 79 anos.
É importante lembrar que a hiperplasia prostática benigna não é um tipo de câncer e também não aumenta o risco do paciente desenvolver a doença. Não há nenhuma correlação entre hiperplasia prostática benigna e câncer de próstata. O crescimento da próstata é totalmente benigno.
Alterações no tamanho da próstata causadas pela hiperplasia prostática benigna - HPB podem comprimir a passagem de urina pela uretra, canal que conduz a urina para fora do corpo e levar o homem a ter vários sintomas, sendo os principais:
Jato urinário fraco,
Esforço miccional,
Dor ou dificuldade para urinar,
Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga,
Aumento da frequência urinária diurna (polaciúria),
Vontade imperiosa de urinar (urgência miccional),
Acordar várias vezes à noite para urinar (nictúria),
Gotejamento pós-miccional,
Infecção urinária,
Cálculo de bexiga,
Hidronefrose e Insuficiência renal nos casos de grave obstrução.
É importante mencionar que nem todos os homens que apresentam o crescimento da próstata apresentam os sintomas relacionados à hiperplasia prostática benigna - HPB, mas os que apresentam, podem ter comprometimento da qualidade de vida e podem procurar tratamento para alívio dos mesmos.
As opções de tratamento da Hiperplasia Prostática Benigna incluem:
- Mudanças no estilo de vida: Redução na ingestão de líquidos, evitar o consumo de xantinas como café, guaraná, refrigerantes de cola.
- Medicamentos: No caso de sintomas leves a moderados, podem ser utilizados medicamentos para alívio parcial dos sintomas como os alfa-bloqueadores (Doxazosina, Tansulosina) e os inibidores de 5-alfa redutase (finasterida e dutasterida).
- Tratamento cirúrgico: O tratamento cirúrgico está indicado nas seguintes situações:
- Sintomas urinários que persistem apesar do tratamento medicamentoso e reduzem a qualidade de vida do paciente.
- Resíduo pós-miccional elevado que pode levar a isquemia crônica da bexiga e disfunção vesical progressiva, podendo evoluir para retenção urinária.
- Retenção urinária com a necessidade de utilizar cateter vesical de demora para se conseguir esvaziar a urina da bexiga.
- Infecções urinárias de repetição
- Hematúria de repetição (sangramento na urina)
- Formação de cálculos na bexiga.
Dentre as opções de tratamento cirúrgico para hiperplasia prostática benigna, as mais utilizadas no Brasil são a Prostatectomia a céu aberto e a Ressecção endoscópica da próstata.
O Calren está sendo pioneiro na realização de cirurgia a Laser para Hiperplasia Prostática Benigna com a nova técnica de enucleação endoscópica da próstata com Laser Holmium (HOLEP - Holmium Laser Emucleation of de Prostate).
Tipos de tratamentos cirúrgicos da Hiperplasia Prostática Benigna:
Prostatectomia a céu aberto:
Trata-se de uma cirurgia que envolve a retirada da porção central da próstata (adenoma prostático) através de uma incisão na região inferior do abdômen. Pode ser realizada com a incisão e abertura da bexiga (PTV) ou com incisão da cápsula prostática anterior (Millin).
Trata-se como método de escolha para próstatas maiores de 80 g (oitenta gramas) devido à durabilidade da desobstrução (enucleação completa do adenoma), mas está associada a morbidade significativa como sangramento, maior necessidade de transfusão sanguínea, tempo prolongado de internação (5 a 7 dias) , tempo prolongado de sonda (4 a 6 dias) e maior tempo de repouso até o retorno para o trabalho. Além disso, a Prostatectomia a céu aberto não deve ser realizada em pacientes com uso de anticoagulantes.
Ressecção endoscópica da próstata:
Este é o método mais comumente utilizado para tratar próstatas menores que 80 g (oitenta gramas) e consiste na criação de um túnel no meio do adenoma prostático através da retirada de fatias com uma alça metálica (tungstênio) e o uso de energia elétrica.
Como limitações, este método não é recomendado para pacientes em uso de anticoagulantes e para próstatas acima de 80 g. Outra limitação é a durabilidade, pois o adenoma residual pode crescer novamente e a taxa de reoperação é em torno de 20 a 40% em 10 anos. O tempo médio de internação é de 3 a 4 dias e as taxas de transfusão são em torno de 2 a 7%.
Cirurgia a Laser: HOLEP (Holmium Laser Enucleation of the Prostate)
HOLEP (Holmium Laser Enucleation of the Prostate - É a Enucleação endoscópica da próstata com Laser de Holmium, é um método cirúrgico recentemente introduzido no Brasil que utiliza o Laser de Holmium para fazer a retirada completa do adenoma prostático por via endoscópica.
Descrito há mais de 20 anos, foi amplamente estudado por ensaios clínicos e meta-análises que evidenciaram:
• Ser um procedimento seguro;
• Ter menor taxa de sangramento;
• Ter menor taxa de transfusão (menor 0,5%);
• Ter menor tempo de internação;
• Ter retorno mais rápido às atividades cotidianas;
• Devido à enucleação completa do adenoma prostático, garante uma durabilidade semelhante à da prostatectomia aberta;
• Pode ser utilizado em próstatas de qualquer tamanho;
• Pode ser realizado em pacientes anticoagulados.
No Guideline Europeu (Guia de Diretrizes Urologicas Euroupeu), é considerado o padrão-ouro para o tratamento da hiperplasia prostática benigna em próstatas maiores de 80g (Nível 1 de evidência e Grau de recomendação A).
Todas as modalidades cirúrgicas para tratar Hiperplasia Prostática Benigna podem gerar consequências. Com a desobstrução da uretra prostática, 75% dos pacientes apresentam ejaculação retrógrada (o esperma vai em direção à bexiga na hora da ejaculação), este fato não traz prejuízo da qualidade da ereção, mas pacientes que ainda desejam ter filhos devem conversar com o médico assistente.
As cirurgias endoscópicas tem menor risco de complicação, mas pode ocorrer infecção urinária (5% dos casos), formação de coágulos da bexiga no pós-operatório (5% dos casos), fragmentos residuais de próstata na bexiga que necessitam ser retirados (menos de 1% dos casos), estenose de uretra, ou seja, formação de cicatriz no canal do pênis (2 a 4% dos casos), incontinência urinária transitória (5% dos casos), incontinência urinária permanente (0,5% dos casos), retenção urinária no pós-operatório com necessidade de uso de sonda vesical de demora por alguns dias (5% dos casos) e persistência dos sintomas urinários decorrentes do remodelamento da bexiga pela obstrução crônica.
Procure seu urologista, ele é a melhor pessoa para esclarecer suas dúvidas.
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